6 de dezembro de 2015

sobre amores de verão


dawid auguscik


amores de verão

sabes o que é? nunca me deixaste. e acho que errei tanto.
amo. porque há tantas maneiras de amar.

e o coração tão pequeno tem tanto espaço.

20 de outubro de 2015


ph: kyle thompson

« mudar é difícil e pode ser para muitos complicado, para outros mais tranquilo, 
mas para todos necessário. »

in: http://obviousmag.org/os_caminhos_do_pertencserse/2015/05/viver-somente-nao-basta.html

5 de junho de 2015

gaiolas rendadas



ph: moritz aust

conhecemos muito. conhecemos-nos pouco. conhecem-nos ainda menos. 
às vezes não nos conhecemos as dívidas. duvidamos dos cadastros e, de alguma forma, tornamos as pessoas levianas. damos-nos ao coração, a estragos precipitados. mas ao coração. 
aceitamos os amores como nossos. não como posse, mas nossos. da nossa vida, embrulhados no melhor carinho. sorrisos intermináveis. 
aceitamos os amores como nossos. e quando nos damos, as pessoas viram-se maiores. dão-se-nos. a nós, ao nosso coração e ao nosso mundo. 
e o mundo é nosso. de cada um de nós. abraçados nas melhores danças. 

mas o tempo cura. e destrói. e a única coisa verdadeiramente nossa é parte de nós. só.

14 de fevereiro de 2015

casa

ph: monochrome chicken


há dias que a alma se embrulha tão finamente que, falando, ficas sem ar. e dias tão curtos que tens tempo para te desembrulhares. dias cinzentos, refinados de lembranças, sonhos e ambições. sentes cada céu mais amplo, cada divisão metodicamente arrumada. os corredores emanam as piores fotografias. com o seu melhor sorriso. e ainda assim sentes-te bem.
despido.
ousas vestir amor e sorrir ao por do sol. fazes humor com as tuas cicatrizes e desistes de fazer tatuagens para as tapar. ouves-te tão bem e amargamente que cada nó se vai desembrulhando.
outrora(s).
dias cinzentos, recheados de cor. e de silêncio. de gaivotas no parapeito e frio nas entranhas. oh, tão dor minha! e que bem me sinto!
a maioria das vezes confundo dor com vida. e vida com prazeres. como se a vida tivesse o encargo de te levar ao colo, embrulhado na melhor manta. quando a (minha) casa é o único sítio que conheço.
e ainda bem.

serve-me a alma embrulhada para me aquecer. para me dar alento e me sentir em casa. em dias cinzentos, chuvosos. mas bem quentinhos. e tranquilos.